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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Carta ao Panetone




Querido Panetone, 

Eu te amo, mas não podemos viver assim: eu cortando você em pedaços e você
me engordando sem parar. Quando o amor deixa o casal infeliz, é hora de
parar. Amor não é sofrimento.
Apesar da sua massa macia e suave, tem aquelas frutinhas cristalizadas de
toda relação. Acredite, vai ser melhor pra nós dois. Você fica com sua
integridade, e eu com minha cintura.Continuarei olhando você com ternura e
desejo, mas sabendo que já não nos pertencemos mais. Adeus, Panetone. Foi
doce, foi bom, mas deixou marcas que agora a blusa comprida precisa
encobrir.




Resposta do Panetone:

Querida,
Primeiramente quero dizer que o que engorda não é o que te delicia entre o
Natal e o Ano Novo, mas tudo o que você come entre o Ano Novo e o Natal do
próximo ano; portanto, reveja seus fundamentos.
Sei da sua admiração por mim e que sua decisão de me deixar está muito mais
ligada à sua incapacidade de administrar seu peso do que a qualquer
insatisfação comigo. 
Sinto pela separação, mas ainda vamos nos encontrar. Assim como minha massa
é mole, a carne é fraca. Você ainda vai ter uma recaída. Não encare isto
como uma praga, mas sabedoria de  quem entende muito de tentações. 
Acho que você está carente. Se eu tivesse bracinhos, dar-lhe-ia um abraço. 
do seu, sempre, Panetone.....

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